“O feminino tornou-se misterioso devido ao massacre ao
qual foi sucumbido pelo patriarcado. A Igreja acabou com o feminino. O Deus
único e tirano tornou-se modelo a ser seguido. Um modelo deturpado e
incoerente. Um modelo criado por homens.
O patriarcado oprimiu violentamente a mulher em todos
os níveis. Mas aprisionou os homens também num papel e padrão de comportamento
específicos.
Este foi um mal tão profundo, que criou desdobramentos em nossa
sociedade até os dias de hoje.
O resultado que tivemos foi uma sociedade falsa,
culpada, doente, machista, destituída de prazer saudável, destituída da
harmonia da vida.
E como se remove preconceito, culpa, crenças e dogmas
da sociedade?
Através da mudança de um pensamento.
Conseguir que a sociedade evolua em relação à harmonia
entre os sexos é um desafio a ser enfrentado. O que temos hoje são pessoas,
agrupamentos, coletivos, pensadores que funcionam como um foco de lucidez
social. O trabalho ainda é árduo.
“A Mulher que Cuspiu a Maçã” é um espetáculo que busca
revelar a verdade de uma mulher de agora, livre de paradigmas e dona das suas
próprias escolhas.”
Rosa Antuña
fotógrafa: Duda Las Casas