A pesquisa sobre o universo feminino
começou em 2008, com a leitura do livro “Mulheres que Correm com os Lobos”, de
Clarissa Pinkola Estes.
Sem dúvida essa pesquisa e o
amadurecimento da artista caminham de mãos dadas.
A Trilogia procura trazer para o
palco etapas do desenvolvimento consciencial da mulher, começando pelo resgate
de si mesma, aceitação da sua força e poder, passando em seguida por escolhas
inevitáveis que determinarão o caminho a ser percorrido em sua vida. Escolhas
que passam a ser conscientes e não mais seguindo os padrões machistas e
repetitivos que conhecemos. A partir daí, a mulher se vê no mundo e percebe que
seu posicionamento é fundamental para que realmente haja uma mudança na
sociedade. A mulher passa a ver a questão do feminino de maneira mais
abrangente. Sai do papel de vítima. Sai do papel panfletário e se vê como um
grande agente modificador no mundo.
Ela não vê mais o homem de hoje como
um vilão e sim como alguém aprisionado em um padrão comportamental tão antigo
quanto os dogmas da Igreja.
Ela vê o feminino como algo inerente
à sociedade saudável. O feminino foi tão massacrado nela quanto nos homens.
E no encerramento da “Trilogia do
Feminino” vemos a mulher como um ser pleno, que serve de exemplo saudável para
uma sociedade doente.
A mulher e o homem são importantes e merecem
descobrir em harmonia o lugar de cada um em um mundo de relações cooperativas.
"Mulher Selvagem" foi inspirado no
livro "Mulheres que Correm com os Lobos", de Clarissa Pínkola Estés e
aborda o tema do resgate da "mulher selvagem", que seria a mulher
saudável, livre e criativa que existe dentro de cada mulher.
Este solo teve sua
estreia em 2010 e foi apresentado na Campanha de Popularização do Teatro e da
Dança, 1,2 na Dança, 13° Peça Bis e Mostra Klauss Vianna em Belo Horizonte
(MG), Conexão Cacilda (Funarte) Rio de Janeiro, Aldeia SESC Pelourinho em
Salvador, 2° Mova-se Festival de Dança em Manaus (AM), Circuito Cultural
Ribeira (SESC) Natal (RN), Fórum Internacional de Dança de São José do Rio
Preto (SP), SESC Ribeirão Preto (SP), 1° Diversidade em Dança em Viçosa (MG) e
foi convidado para fazer a abertura do 4° Festival Internacional de Teatro de
Dourados (MS).
"O Vestido" teve sua inspiração em
um vestido de Ronaldo Fraga, estilista mineiro. A partir do vestido vieram
estudos com livros de Lewis Carroll, Nietzshe e Freud, além dos filmes
"Elizabeth" e "A Jovem Rainha Vitória". Em "O Vestido"
é a mulher selvagem que guia a personagem a encontrar e vestir o vestido, dando
início a um profundo processo de descoberta, consciência, ação e libertação.
Este trabalho foi
apresentado em 2013, como work in progress no 7° Seminário Internacional de
Dança de Joinville, no 1,2 na Dança em Belo Horizonte e no Satyrianas em São
Paulo. Teve sua estreia em maio de 2014 em Belo Horizonte, partindo em seguida
para Recife na 11a Mostra Brasileira de Dança e também no Encontro Nacional de
Dança onde foi apresentado em Mossoró e Natal.
Tanto "Mulher
Selvagem" quanto "O Vestido" tiveram direção e atuação de Rosa
Antuña.
“A Mulher que Cuspiu a Maçã” é alguém que age. É alguém com uma
nova consciência, que trilhou um caminho em busca de si mesma e descobriu toda
a humanidade.
RESGATE de si mesma - ESCOLHA
consciente - POSICIONAMENTO no mundo
Concepção de Rosa Antuña sob direção
de Roberta Carreri.
fotógrafa: Duda Las Casas